É noite clara, de lua cheia. No campo, se ouve apenas o barulho dos bichos, corujas, grilos, a Maria Clara que, sentada na beira do açude, canta versos de amor. São versos de um poeta morto há muito, muito tempo, escritos para sua paixão que fugiu com outro, mar afora, sem nunca voltar. E agora a menina Maria Clara, nesta noite clara de lua cheia, canta e bate os pés na água, e a água leva embora seu reflexo, suas palavras e, a contrariar o que desejava o poeta, mais uma vez, aquele amor.
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