antes de se conhecerem, eram duas almas pálidas, gelo nos lábios, coração em ritmo de cotidiano.
coube ao destino a missão de colocá-las frente a frente. a paixão fez o resto.
deu cor a cada uma. trouxe calor, desejo, tesão. o coração quase parou mediante esforço físico de suas batidas em ritmo de fazer inveja a maratonista campeão mundial.
com o encontro, descobriram que não eram completas, e sim complementares.
se misturaram uma na outra, encontrando, em cada pequeno movimento, mais um grande motivo para amar.
vestiram-se de alegria, calçaram os sonhos, perfumaram-se com a esperança. de longe, exalavam bem-querer.
agora, o tempo e a culpa, casal que nunca se entendeu, mas que continua junto por capricho volátil e desnecessário, decidiram que as duas almas precisam se separar.
no início, elas acreditaram que isso não seria empecilho. que o amor era força-mor, movia montanhas com mais facilidade do que as passagens da bíblia.
mas descobriram que ele, o amor, é só o ingrediente mágico. para realizar a magia, era preciso mais.
não sabe onde erraram. perderam-se. não encontram mais o caminho uma da outra. não sabem como consertar. aliás, sozinhas com suas mágoas, não sabem mais nada.
só descobriram que nem almas voltaram a ser.
separadas e após conhecerem a dor, foram rebaixadas de nível, como castigo divino por não lutarem pelo que poderiam ser.
agora, são apenas humanos.
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