Sem limites
Dona Ruth, 78 anos e há doze na cadeira de rodas, passa as tardes no quintal, debaixo das árvores, matando passarinhos com um estilingue. De noite, sonhando, caça elefantes. (mais…)
Sem limites
Dona Ruth, 78 anos e há doze na cadeira de rodas, passa as tardes no quintal, debaixo das árvores, matando passarinhos com um estilingue. De noite, sonhando, caça elefantes. (mais…)
Passei uma temporada no mar de palavras e vivi orgias com sereias-letras. Agora, matarei a saudade que sinto de você, escrevendo em suas folhas.
E-mail: dudu.oliva@uol.com.br
Sinto você cada vez mais distante, indiferente, apressada. Evita-me a
todo momento. Não me chama mais de benhê, querido, fofo, meu gordinho
e outras formas carinhosas pelas quais me tratava nos primeiros anos
de nosso casamento. Fugidia a todo momento, escorrega de meus carinhos
até mesmo na hora de a gente dormir. (mais…)
Às vezes me dá vontade de sair pela minha cidade procurando certos encantos especiais que aos poucos foram desaparecendo da vida urbana, tragados pela tecnologia ou pela falta de desejo de que eles ainda existam. (mais…)
A repercussão da morte da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente Fernando Henrique, juntou uma série de declarações iniciadas pela tal “perda irreparável”. Sempre que morre uma personalidade, deparamo-nos com essa reação. Claro, é compreensível. Mas muito óbvia. Toda perda é irreparável. Mesmo nos anônimos mais anônimos, sempre haverá uma família em prantos pensando na perda irreparável. Se não houver família, lá estará um amigo a lamentar o vazio que ficará para sempre enquanto ele viver. E mesmo sem amigo, ao menos um cachorro ficará de orelha em pé, cabeça a pender, olhos tristonhos, sentindo-se tão só.