Só depois que Diva entrou em sua vida é que Ramiro percebeu que antes dela nunca conhecera sabores verdadeiros. Jamais experimentara o embriagante sabor de vinho como o da boca de Diva. Quando conheceu e explorou as entranhas daquele corpo, encantou-se com o sabor de mel silvestre. Sempre que a via triste, era atormentado pelo sabor metálico do medo de perdê-la. O perfume de flor que vinha dos cabelos de Diva se completava com o sabor de seiva que sua língua sentia quando lhe beijava a nuca.
No dia em que Diva se foi, um sabor amargo instalou-se em sua alma e nunca mais abandonou Ramiro.
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