No sábado, falei com universitários do último ano de jornalismo. Foi um papo de pouco mais de duas horas. E uma pergunta, feita por um deles, é um tormento para qualquer jornalista: o que fazer quando uma notícia atinge ou vai contra os interesses do proprietário do veículo de comunicação?
Minha resposta foi esta: acho que todo jornalista deve analisar e saber exatamente onde vai trabalhar. O dono do veículo deve ter cacife moral suficiente para dar segurança ao profissional do jornalismo em seu cotidiano de apuração da notícia. E se o jornalista se sentir ludibriado nessa relação, precisa tomar uma decisão: ou pega o boné e vai procurar outro terreiro ou mete o rabo no meio das pernas e vende a alma.
Claro que nem tudo na vida é simples para nos apresentar alternativas tão claras como essas duas. O dono do veículo, assim como o profissional, não é um robô. Não é uma entidade desconhecida de cuja fonte emana uma energia absoluta e inequívoca de ética e moral. Dono de veículo e jornalista são seres humanos passíveis de erros e de fraquezas.
Como eu disse hoje mesmo a um amigo, algo importante na vida é não precisarmos esconder opiniões e informações em nossas relações. É podermos dizer o que pensamos e contar a verdade que conhecemos. Se essa equação se tornar difícil ou insolúvel, cabe a cada um avaliar seus limites.
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