Alguns internautas e também colegas que de vez em quando dão uma olhada neste espaço me perguntam por que eu não faço também aqui (a exemplo do que faço na televisão) mais comentários sobre política.
Bom, a primeira resposta é que não é bem essa a finalidade deste blog. Minha intenção é falar de jornalismo, literatura, um pouco de cinema, um pouco de tudo, às vezes também de política.
Francamente, o fato é que a política tem sido tão rasteira nos últimos anos (vá lá, acho que sempre) que as críticas muitas vezes caem no vazio. É curioso pensar nesses moldes, talvez encardidos de resignação, mas o cidadão se acostumou a pensar e aceitar a política como algo sujo.
Quando vejo na TV figuras como Maluf e Quércia, que já se meteram em tantas denúncias, uma espécie de fadiga me toma completamente o espírito. Preciso vasculhar fundo meus sentidos para que deles aflore, ainda vigorosa, minha capacidade de indignação.
Digo Maluf e Quércia, mas há outros que, do mesmo modo, deveriam aceitar o fato de que seu prazo de validade está vencido. Se não nas urnas (em que uma das características é encerrar a velha “caixinha de surpresas”), ao menos nas ideias e nos discursos. Sim, o prazo dessa gente venceu. E não é de agora.
Em ação
E já que a política entrou na pauta, meu prognóstico para a eleição presidencial deste ano é que teremos uma das disputas mais acirradas da história. Já está claro que Lula é capaz de transferir votos para Dilma. Do outro lado, Serra mostra-se um dos grandes administradores das últimas décadas. O embate, sem dúvida, será entre Serra e Lula. Só com o próprio nome, Dilma perderia para Marina. Fácil, fácil.
Lula, derrotado em várias eleições (acho que só o Maluf perdeu mais que ele), conseguiu o que em 1980, quando o PT foi fundado, seria impensável. Não, não falo da presidência da República. Isso, claro, poderia ser pensável. O que não dava para prever é que sua figura atingisse a incrível popularidade de hoje e que sua capacidade diplomática fosse tão longe, situando-se entre os estadistas mais carismáticos e importantes da história.
Esse será o grande entrave para Serra. Não é Dilma sua adversária. Sua adversária é a aura mítica sob a qual orbita o ex-pau-de-arara do sertão nordestino.
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