Ricardo Darin (Bejamín) e Soledad Villamil (Irene)
Eu já havia visto o filme e acho que isso ajudou, mas o fato é que o livro “O segredo dos seus olhos”, no qual foi baseada a obra homônima vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010, é de uma pegada incrível. Da meia-noite de ontem às quatro da manhã de hoje, eu devorei as 160 páginas que faltavam para concluir minha leitura (são 210 páginas).
O argentino Eduardo Sacheri mostra um vigor fora de série para levar à frente uma história magistral, onde o drama pesado e a comédia leve se entrelaçam num cenário assombrado pela Argentina turbulenta da década de 1970.
O protagonista Benjamín Chaparro, que se aposentou depois de trinta anos trabalhando em juizados, principalmente em Buenos Aires, resolve escrever um romance a partir de um dos casos mais escabrosos que ele acompanhou na sua profissão: o brutal assassinato de uma jovem mulher recentemente casada.
A ideia de Sacheri, que escreveu o livro com dois narradores – ele próprio acompanhando o dia a dia de Chaparro e Chaparro construindo seu romance – deu certo. A história de Chaparro parte de uma violência inconcebível e a de Sacheri, de um sentimento extraordinário (o amor platônico entre Chaparro e a juíza Irene, sua ex-estagiária).
É daqueles livros que você pensa “só mais um capítulo por hoje” e essa frase se repete em sua mente durante horas seguidas.
Um detalhe: ainda gosto mais do filme, cuja adaptação apresenta algumas mudanças importantes em relação ao livro. No cinema, o fim da história me parece mais impressionante. Mas isso é por enquanto. Porque vou pegar o DVD novamente na locadora para tentar descobrir um pouco mais sobre esse segredo perturbador.
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