Uma coisa que me deixa muito puto é ver que um filme como “Aqui é o meu lugar” não passa em Bauru. E, claro, em muitas outras cidades do interior. Já nem sei se o problema é das empresas de cinema ou dos espectadores, cuja maioria quer ver bomba explodindo e braço voando.
Sean Penn certamente concorrerá ao Oscar ou a outros prêmios importantes do cinema. Na pele de um roqueiro deprê famoso e traumatizado com sua vida sombria e alguns acontecimentos supostamente provocados por ela, como sempre ele dá um espetáculo inesquecível de interpretação.
A cena em que seu personagem, afastado dos palcos e da música por duas décadas, toca para um simples garotinho cantar é comovente. O castigo que ele aplica ao nazista que humilhou seu pai num campo de concentração é tocante. O fato de ele ter ouvido a versão do torturador é uma lição: sempre há o outro lado.
Claro que as pessoas que estão cada vez mais se habituando à correria e à ação necessárias à sua expectativa de correria e ação podem se sentir um tanto entediadas. “Aqui é o meu lugar” não é para elas. Para elas tem um monte de filmes passando nos cinemas do interior, da capital, da puta que pariu tanta porcaria, meu Deus!
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