Eu não sou contra protesto nenhum. Se o cara quer ir lá e jogar bomba, que vá e jogue. Só que esse cara precisa ser responsabilizado e punido segundo a lei (principalmente quando fere, mata ou destrói).
Por nossa história de república das bananas, onde poucos comem a fruta e a grande maioria escorrega na casca, há uma sensação desenfreada de impunidade, de vale-tudo. Existem leis, mas dificilmente são aplicadas como deveriam ser.
Os protestos nas ruas começaram em junho de 2013. Portanto, há oito meses. Desde então, muita gente jogou bomba, feriu e matou. Quando eu digo muita gente, incluo, claro, policiais. Mas poucos, policiais ou não, foram punidos.
Parece que as investigações não são levadas adiante nesses casos, a não ser quando há pressões da chamada sociedade civil.
E um detalhe paradoxal (e que assusta) é que muitas pessoas que se dizem progressistas e combativas chegam a defender nas mídias sociais a violência de grupos de extremistas cuja ação é tão confusa e sem sentido quanto às teorias de seus defensores. Porque seus defensores, embora tentem legitimar seus atos de selvageria, condenam os mesmos procedimentos quando estes se originam no lado policial.
Ou seja, defendem uma democracia caolha, exatamente como fizeram até hoje as elites brasileiras, só que ao contrário.
Democracia é (ou deveria ser) assim: se cada um faz o que bem entende, deve ao menos responder pelo que faz. E não ferrar com a vida dos outros (de diversas maneiras) e ainda sair como o fodão da história.
(Aliás, já vou avisando: tem gente insinuando por aí que quem não vai a protestos não pode criticar o que acontece lá. Peraí. Então parem de falar de novela. Porque não é todo mundo que beija a Bruna Marquezine, né? Comigo não, violão!)