o vazio começa pequeno, do tamanho do umbigo, sabe?
lembra aqueles resfriados malcurados. cê sente, mas sabe que vai passar logo.
de repente, vira uma pneumonia de ausência.
falta o chão, que tantas vezes recebeu teus pés e lhe ofereceu um caminho para trilhar.
falta o céu, um horizonte de possibilidades responsável por fazer dos nossos sonhos os objetivos do inspire-expire-de-cada-dia-nos-dai-hoje.
falta o ombro, seja pra chorar ou mesmo para cochilar seguro.
falta a mão, seja para o auxílio ou para um cafuné num final de noite.
falta aquele frio na barriga gostoso, que mostra o quão estamos vivos e dispostos a arriscar.
falta aquele sorriso de lado, sem-jeito, todo gostoso, de quero-mais.
falta luz pra cegar de paixão, falta fogo pra queimar de tesão, falta juízo para poder deixar de lado.
de repente, tudo é um vazio só.
oco. feio. chato.
não tem nada mais triste do que a gente sem a gente dentro.
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