A imagem acima mostra crianças diante de um prédio bem simples e rústico. Aí muita gente começou a aprender a ler e a escrever. Eu também. A foto não é do meu tempo. É da época de meus pais. Meus pais estudaram aí. Mais tarde foi minha vez, coisa de dois ou três meses antes de mudarmos para a cidade. A escola ficava na Fazenda Bem Estar, localizada em Cafelândia, município do interior de São Paulo.
Lá dentro, havia uma única sala para pelo menos dois grupos de estudantes que estavam em anos diferentes. A professora desdobrava-se para ensinar, por exemplo, o primeiro e o terceiro anos. Enquanto ela passava a tarefa de classe para o primeiro ano, o terceiro esperava. E vice-versa. Era assim a maioria das escolas rurais naqueles tempos – no dos meus pais e também no meu.
A estrutura da escola consistia numa mesa para a professora e em carteiras duplas para os alunos. Ao lado, havia um quartinho feito como despensa. Nesse quartinho, cometi meu primeiro crime: junto com um colega, enfiei-me lá na hora do recreio e comi chocolate em pó roubado de uma lata. Em outra ocasião, fomos olhar a professora na “casinha” (a privada de alvenaria construída no quintal do prédio escolar). Eram crimes graves para a época.
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