O autor norte-americano Paul Auster, que nasceu em 1947
O livro mais recente de Paul Auster, “Invisível”, é realmente uma “ficção vertiginosa”, como o editor escreve na orelha da obra. É daqueles que você quer rapidamente ir até o fim. Mas, na parte final, eu fiquei um pouco decepcionado. Isso, entretanto, é algo muito pessoal. Gosto de obras que desembocam em finais surpreendentes ou vigorosos.
Este livro de Paul Auster faz o contrário. A narrativa toda é vigorosa, mas o final me dá a impressão de uma queda gradativa, talvez porque tudo, praticamente tudo, já tenha sido dito no transcorrer da obra.
Em 1967, em plena Guerra Fria e Guerra do Vietnã, Adam Walker, um jovem estudante norte-americano, conhece um casal de franceses com quem se envolve em vários sentidos. O ambiente sensual criado entre eles sustenta a espinha dorsal do livro até que venham o que o editor chama de “círculos infernais de verdade e imaginação, sanidade e loucura, crime e desejo”.
Quarenta anos depois de ter vivido todas aquelas experiências, Adam Walker planeja escrever um livro, que ele chamará de “1967”. Ele, contudo, não conseguirá fazê-lo sozinho. Novos personagens e novos ângulos complementarão o que ele começou. Esse aliás é um dos pontos altos do livro: a opção feita pelo modelo de narrativa, em que vários olhares se integram ao objetivo de concluir “1967”. Eu recomendo sim.
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