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Eu sempre gostei do Rolando Boldrin. Quem lê meu blog ou quem me conhece há algum tempo sabe da minha origem, uma origem rural, uma origem que se junta a tantas outras deste Brasil agreste. Nós, que viemos do campo, carregamos uma sina que às vezes nos conforta e em outras nos aborrece: gostamos do sujeito (ou não gostamos) logo de cara. Não sei o que é. Talvez seja um conhecimento imemorial ou, quem sabe, uma dessas muitas bobagens nas quais nós confiamos como se fosse uma lei inabalável.
O Rolando Boldrin é um desses caras que, dentro dessa visão incerta que interfere em nossas impressões e em nossas convicções, parece ser correto, íntegro, confiável. Lembra um tio carinhoso que nos sentava ao seu lado e nos contava uma história bonita. De cachorros heróis. De estrelas brilhantes. Ou assustadora. Uma história de terríveis onças. De assombrações.
Até hoje, quando posso, vejo o programa dele na TV Cultura (agora é às quintas). A valorização da música e dos costumes deste Brasil afora encontra no programa “Sr. Brasil” um espaço incomum, um espaço generoso para músicos preteridos pelo show de banalidades que infesta a televisão brasileira.
Acho “Vide Vida Marvada” um dos grandes clássicos da nossa música. Ontem, vasculhando nessas banquinhas de postos de beira de estrada, achei um CD dele. E comprei. Abaixo, um vídeo com a composição. Rolando Boldrin cantando ao vivo.
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