Extraordinário

Há coisas na vida que rolam sem que tenhamos nos dado conta até que… nos damos conta. Acabo de ler “Pedro Páramo” (BestBolso), obra-prima do mexicano Juan Rulfo. Eu sempre tive vontade de ler o romance, mas não sei explicar o porquê de não ter lido antes. Quem gosta de literatura, e principalmente de ficção, não pode se entregar ao luxo de desprezar o livro. Está na capa: “A leitura profunda da obra de Juan Rulfo me deu, enfim, o caminho que buscava para continuar meus livros”. Quem assina a frase é Gabriel García Márquez, o lendário escritor colombiano de “Cem anos de solidão”.

O mais extraordinário é que Juan Rulfo é um dos mais aclamados escritores mexicanos e de toda a América Latina sem ter publicado mais do que dois livros – o romance “Pedro Páramo” e “Chão em chamas” (contos). Se você já tomou uma garapa bem feita, dessas que saem de uma cana de qualidade, dessas cuja cana é bem limpa, bem triturada e de um sabor ímpar, é fácil imaginar o que é “Pedro Páramo”: um romance cujo conteúdo é a mais limpa essência. Rulfo colheu a matéria-prima, limpou e limpou, triturou e triturou e dela fez cair sobre o papel apenas o melhor dos néctares.

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