Fui assistir ao novo filme de Almodóvar. Nada que se compare aos melhores momentos do grande cineasta espanhol. Mas assim mesmo muito superior à baciada de mesmices norte-americanas despejadas nas salas de cinema e também nas locadoras. Gasta-se menos riso e menos lágrimas do que em outras criações de Almodóvar, mas ele sempre vale a pena.
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Aliás, ontem assisti em DVD ao “Anticristo”, do polêmico Lars Von Trier. É forte e chocante. Talvez o fato de o diretor ter realizado o filme na busca de superar uma crise de depressão possa de algum modo explicar algumas características da obra. Não sou crítico de cinema nem especialista em psicologia ou psiquiatria. Só sei dizer que pra mim o filme é ruim.
Também assisti ao argentino “XXY”, sobre o drama de um menino/menina que nasce com os dois sexos. Gosto dos filmes argentinos. Gostei desse também.
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Recomeçou a maratona do futebol. Ou melhor, foi intensificada a maratona do futebol. Acho que há um exagero de eventos futebolísticos. Todo dia, alguma emissora de TV mostra jogos de futebol, nacionais ou internacionais. Se houvesse futebol apenas nos fins de semana ou, no máximo, às quartas e domingos, as pessoas poderiam voltar suas atenções para coisas mais importantes. Poderiam dar mais atenção à família, aos cachorros, poderiam discutir questões verdadeiramente essenciais ao seu cotidiano, poderiam ler mais, poderiam ir mais ao cinema, poderiam participar de outros eventos culturais, artísticos ou mesmo esportivos. Mas é incrível como o futebol é capaz de limitar o espaço e o tempo de grande parte da população. É triste como o futebol – um esporte delicioso e apaixonante – pode, sob absurdo exagero, ser decisivo para o emburrecimento da sociedade.