da Vila

Mais um caso para a série “Coisas que não sei por que ainda não tinha feito”: comprei o CD “Martinho ao vivo 3.0 turbinado”. Férias sem viagem também serve para botar certos assuntos em dia. Por que eu ainda não tinha esse CD? Não sei. Tem grandes sucessos inesquecíveis como “Batuque na cozinha”, “Canta! Canta minha gente”, “Pra que dinheiro?”. E também os lendários “Casa de bamba” e “Pequeno burguês”. Estou ouvindo agora, enquanto escrevo. Delícia.

Pedreiras

Gosto de ler vários livros ao mesmo tempo, mas acho que entrei numa fria: “Elogiemos os homens ilustres” (James Agee e Walker Evans - Companhia das Letras) e “Ulisses” (James Joyce – Objetiva) são pedreiras! Quando pego livros assim, vou incluindo outros no meio para dar uma “aliviada”. A receita é boa. Eu gosto. Acabei, por exemplo, de enfiar no meio desses dois gigantes – e também acabei de ler - duas novelas de Thomas Mann, aliás duas obras-primas do alemão de “A Montanha Mágica” filho de alemão e de uma brasileira! São elas: “Morte em Veneza” e “Tonio Kröger”. Depois, li “Pedro Páramo” (ver comentário de sábado, 23 de janeiro, abaixo).

“Elogiemos os homens ilustres” faz parte da coleção “Jornalismo Literário”, sob a batuta brilhante de Matinas Suzuki Jr. Aliás, o posfácio que ele escreveu é de babar. A frase final é de dar inveja a qualquer um que queira escrever algo belo e definitivo: “O livro é o mais estranho e o mais sincero monumento de uma época em ruínas”. “Elogiemos...” é a narrativa (impressionante, poética e também exageradamente inovadora) de um escritor (James Agee) que em 1936 viaja com um fotógrafo (Walker Evans) ao sul dos EUA para fazer uma reportagem sobre os efeitos da Grande Depressão. O resultado é histórico.

Cultura

O investimento em cultura no Brasil em 2010 (incluindo o que se perde no caminho por razões que todos sabemos melhor que a tabuada) será recorde, anuncia o ministério: R$ 2,2 bilhões. E assim mesmo, os recursos ainda ficarão abaixo do recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas). A ONU pede que os países apliquem em cultura ao menos 1% do orçamento. Neste ano, o Brasil chegará ao patamar de 0,7%, segundo cálculos do próprio governo. Quando Lula entrou, o índice era, também segundo o governo, 0,2%. Enfim, melhorou, é verdade. Mas não dá para perdoar.

Livro

Uma dica de leitura: “Abril despedaçado”, do albanês Ismail Kadaré. Foi nesse livro que Walter Salles baseou-se para dirigir o filme homônimo, com Rodrigo Santoro. Obra para quem gosta de uma leitura densa, tensa, dramática. Minha cotação: ótimo.

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