Revi ontem, em DVD, um dos filmes mais brilhantes da história do cinema: “Era uma vez no oeste”. É de 1969, dirigido por Sergio Leone. Vejam a importância do romano Sergio Leone: entre outras obras, ele foi diretor-assistente de “Ben-Hur” (1959), “Quo Vadis” (1951) e “Ladrões de bicicletas” (1948). Dirigiu “Era uma vez na América” (1984), “Quando explode a vingança” (1971), “Três homens em conflito” (1966) – fantástico, eu já assisti umas cinco vezes! - , “Por uns dólares a mais” (1965), “Por um punhado de dólares” (1964) e, claro, “Era uma vez no oeste” (1968). O filme tem Henry Fonda, Claudia Cardinale, Charles Bronson (sim, ele mesmo! rssss) e Jason Robards.
“Era uma vez...” não é apenas mais um faroeste. É também uma reflexão sobre sentimentos fundos que podem durar muito, ou até para sempre. É também um ensaio sobre as transformações que nos são possíveis e que muitas vezes se concretizam – para o bem ou para o mal.
Minha cotação: muito bom.
Robinho
Se ele voltar ao Brasil, provavelmente ao Santos, será mais uma mostra do fosso financeiro que separa nossos clubes e os da Europa, especialmente os da Inglaterra. Está certo que isso está já bastante claro, até pelas diferenças econômicas entre os países. Mas, se não me engano, nunca houve um episódio como esse. Os europeus gastaram fábulas para ter Robinho e agora (ele tem só 26 anos!) simplesmente permitem sua volta ao Brasil, como se tudo não passasse de um dólar furado.
Velhinhos
Ainda sobre futebol, é impressionante como o peso da idade dos atletas variou. Robinho tem 26 anos e possivelmente há quem já o considere “velhinho”! Hoje, os garotos de 17 anos já estão com a cabeça na Europa. Ou seja, no dinheiro. Nem sempre, como já ficou provado, trata-se do melhor caminho.
Talvez possa ser feita aí uma relação razoável com o que ocorre nas universidades. A grande maioria delas – acho que até pela pressão dos novos parâmetros da sociedade – está preocupadíssima em formar o estudante para o mercado de trabalho. E muitas são realmente boas nisso. O resultado é dramático: o cara sai sabendo sobre sua profissão, mas não tem a menor ideia sobre o mundo, sobre ele próprio. Sai sem uma formação humanística que o faça um sujeito significativo para seu ambiente social.
Os garotos que vão para a Europa atrás do dinheiro podem até se dar bem financeiramente (embora a maioria fracasse muitas vezes nas mãos de empresários inescrupulosos), mas correm o risco de deixar irremediavelmente perdida num abismo sem fundo etapas fundamentais de sua formação humana.
Mas, também, quem está aí para isso?
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