Eu tenho recebido e-mails de estudantes de comunicação de várias regiões do Brasil e na maioria dos casos há uma pergunta que se repete: com o fim do diploma, ainda vale a pena fazer o curso de jornalismo?
Parece-me ter havido, nestes últimos meses, uma certa filtragem nos cursos de jornalismo. Não tenho dados em mãos, mas pelo que andei lendo o número de inscrições para os vestibulares caiu em várias faculdades. Algumas delas, aliás, nem mesmo abriram turmas.
Essa filtragem ocorre porque, com a queda do diploma, os que se mantiveram firmes em busca de uma boa escola de jornalismo são aqueles que realmente querem de algum modo, seja para ganhar a vida ou para realizar um trabalho prazeroso, exercer a profissão. Muita gente que entrava nas faculdades simplesmente para “elevar o status” ou coisa do tipo está indo procurar outro terreiro, o que, aliás, é ótimo.
Cursar uma faculdade de jornalismo é fundamental para quem quer ingressar no mercado, com ou sem a obrigatoriedade do diploma. Já é tão difícil selecionar bons candidatos para as vagas que surgem no mercado de trabalho apoiando-se nos jornalistas recém-formados, que se torna completamente inviável para as empresas de comunicação buscar profissionais de outras áreas para seus quadros.
Sim, meus caros, podem continuar fazendo faculdade de jornalismo. É de lá que sairá a melhor mão de obra para os veículos. Claro, para toda regra há exceção. Com ou sem a obrigatoriedade do diploma, sempre haverá quem, mesmo vindo de outras plagas, consiga se encaixar bem em alguma área do jornalismo. Mas será sempre exceção.
Aliás, para encerrar, se os sindicatos dos jornalistas não tivessem sido, nas últimas décadas, tão inflexíveis com gente de outras profissões que atuavam como colaboradores no jornalismo, talvez o diploma ainda estivesse valendo.
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