O médico marcou o procedimento para as 11h, no próprio consultório, por ser uma intervenção muito simples. Às 11h30 ligou para o consultório pedindo à assistente que se desculpasse comigo, mas é que terminava uma alta para outro paciente no hospital e já estava a caminho. Ao meio-dia a assistente me chamou para me preparar para o procedimento, o médico apareceu às 12h20 para dar um alô e só retornou às 13h, quando então começou a pequena cirurgia, duas horas depois da hora marcada.
A amiga combinou de passar às 15h na esquina da minha casa para irmos ao cinema, mas só apareceu às 15h40. Pediu muitas desculpas pelo atraso, mas é que na última hora recebeu uma ligação de pessoa que não via há muito tempo e achou chato pedir para adiar a conversa. Mas não achou chato me deixar 40 minutos em pé, na calçada, sem me avisar o que se passava. E o filme dançou.
A acupunturista marcou a consulta para as 9h da manhã, a primeira do dia. Chegou às 9h40, pediu desculpas pelo atraso, mas é que tinha adiado a volta de Curitiba da véspera para aquele dia, e se atrasou do aeroporto até o consultório.
Atrasos acontecem e ninguém pode se gabar de nunca ter se atrasado para um compromisso ou ter deixado alguém esperando, sem poder dar notícias. Mas certos atrasos podem ser evitados. Se uma consulta é marcada para uma determinada hora, muitas vezes o cliente tem que reestruturar sua agenda para poder chegar na hora e não atrasar as consultas depois dele. Mas se regularmente é atendido uma hora e meia ou duas horas depois, alguma coisa está errada. Seja em consultório ou em salão de beleza, agenda existe pra organizar horários.
Ninguém se atrasa porque gosta (para algumas pessoas, sim, está no sangue), mas quando se torna habitual, deixa de ser um simples atraso para ser falta de educação. Ou de respeito. Ou de consideração. Seja o que for, é uma prática que insiste em não sair de moda. Mas que já podia estar se aposentando para dar lugar a outras: educação, respeito, gentileza e consideração. Simples assim.
Tags: Ana Flores, Comportamento, Crônicas