É curioso ver que hoje em dia não pode mais chover. É também curioso ouvir homens públicos dando conselhos à população sobre os riscos de se jogar lixo na rua. Sim, é uma verdade: dos sofás deixados nos terrenos baldios ou nas calçadas mesmo, até os saquinhos e sacolas atirados das janelas dos carros feito um arroto qualquer, essas atitudes colaboram para causar as tragédias das cheias. Coisa de gente porca e burra, os dois ao mesmo tempo.
Mas vamos com calma. Senão vai parecer que a culpa é só do povo. Não. A culpa maior não é do povo. E sim das gestões públicas que há décadas não planejam as cidades. Não dão bola para setores estruturais. Permitem ocupações imobiliárias sem critérios ambientais adequados. Desprezam uma reação óbvia: a de que todo líquido precisa escorrer (ou ser enxugado, quem sabe, né?). E outras coisas mais.
A água nesse caso não limpa. Ao contrário, descobre toda a sujeira. E não apenas a do povo.