Está insuportável ver nos jornais, nos portais de informação da internet e nas emissoras de televisão as comparações que levam em conta a performance econômica de certos períodos: “Crescimento mundial é o menor em 60 anos”; “Indústria tem o quarto pior trimestre desde 99”; “PIB é o menor de não sei quantos semestres”; “Crédito é o maior em tantos anos”, “Economia dos EUA é a pior desde Mickey Mouse”.
E verdade seja dita, essa onda de comparações não ocorre apenas na economia. No esporte, é uma grandeza: "Palmeiras tem o melhor início de campeonato em um par de anos"; "Corinthians começa com o time mais pesado em três décadas"; "São Paulo erra 25% a mais passes nos primeiros 8 minutos e 37 segundos do Paulistão".
E nas capas de DVDs de filmes? "Do mesmo diretor daquele outro sucesso"; "Comparado à obra-prima do produtor tal que é seu primo de segundo grau"; "Da ex-namorada do futuro noivo do roteirista do filme que quase venceu o Oscar em 2000".
Na minha casa, não sei por que, tenho a impressão que nossa cadelinha tem me dirigido olhares inquisidores, tipo cobrando um distante parentesco com "A dama", aquela que fez par com "O vagabundo" no cinema. Ando disfarçando, mas numa hora dessas vou ter que dar o braço a torcer. Coitadinha, ela também é filha de Deus.
Quanta comparação! A mais linda, o mais sexy, a bunda mais bonita, o melhor, o pior, o mais, o menos, a top...
O mundo está precisando reordenar o grau de importância de seus acontecimentos e discussões. É muito tempo perdido em troca de pouca coisa. Mas o caso, para desgraça geral, é que há gente consumindo tanta bobagem. Hoje, o índice de consumo de banalidades e afins é o maior dos últimos 2.009 anos!
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