Sempre tive dificuldades com simbologias, mensagens cifradas, coisas subliminares e por aí vai. Pra mim, o dito popular “meia palavra basta” não serve. Eu gosto mesmo de palavras inteiras, de mensagens explícitas, de clareza. Às vezes, chego a incomodar com este meu vício: “o que isto significa?”, “o que você quer dizer?”
Talvez por isso, minha paciência com políticos obtusos está esgotada. Em pleno século 21, das comunicações, das tecnologias, das invasões de privacidade, da ditadura de tantos “Grandes Irmãos” escondidos atrás de câmeras de televisão, de grampos telefônicos, de máquinas fotográficas implacáveis, de olhares perseguidores, em pleno século 21, ainda há pessoas que tentam se esconder. E o pior: são homens públicos, que jamais deveriam hesitar.
Meu próximo voto válido, que, infelizmente, não sei mais quando darei, será em alguém cujas características dispensem esconderijos, hesitações e meias palavras. Não dá mais para aceitar certas fraquezas ou, se quiserem, falhas de caráter em hora errada. O sujeito tem a vida inteira para cair em tentação. Quando está no poder público, quando a comunidade depende dele, esse direito expira. É quando ele precisa ser forte. Ou, no mínimo, cair fora.