Eles tentam fugir do comum. Procuram dar ao show algo mais do que música. Resgatam, através de uma retrospectiva de imagens, a própria história dos Beatles e de John Lennon. Falei com Evandro Souza, vocalista da Rubber Soul (foto), banda cover dos Beatles.
Como vocês podem me convencer a ir a um show da Rubber Soul? É preciso ser "beatlemaníaco" ou vocês têm garrafa vazia pra todo mundo?
Ser beatlemaníaco é um bom motivo para assistir aos nossos shows, mas, com toda certeza, é um show aberto também para aqueles não são fãs dos Beatles. Mesmo porque existe sempre alguém que tenha curiosidade em conhecer a obra dos FabFour, e poder ouvir as canções ao vivo, é um prato cheio. Pra quem já é fã, é diversão garantida. Quem não é, curte do mesmo jeito. Alguns acabam se tornando fãs sim, pois a música contagia... (rs)
Cada um de vocês procura incorporar um dos quatro de Liverpool ou não dá porque sobra um?
Bom, nunca nos preocupamos com esse negócio de incorporar ou de se fantasiar de beatle. Em algumas ocasiões, a gente apenas brinca com isso, tira um sarro. Eles são únicos e a gente só é uma banda que toca a música deles. A nossa proposta é fazer com que a música e a obra dos Beatles permaneçam vivas. Por isso nossa dedicação é total.
Como e quando essa história começou? Todo mundo está junto desde o início?
Bem, a banda existe há 1 ano e 8 meses, quando começamos a nos reunir para definir repertório e ensaiar. Na estrada, fazendo shows, tem 1 ano e 2 meses. Foi em abril/2003 que fizemos nossa primeira apresentação, no Armazén Bar (você e a Fer estavam lá....legal!). De lá pra cá, já rodamos bastante e tocamos muito. Estamos juntos desde o início, quer dizer, comigo (Evandro), Marco Zambon, Fábio Lima e o Paulinho Del Nery. O Eduardo Moretto fez parte da banda, na formação original, até há bem pouco tempo. Ele saiu pra desenvolver seus próprios projetos e agora estamos com um novo "5º elemento", o Carlos, que será apresentado formalmente no show do dia 25, que será a sua estréia com a gente. O Carlos é um músico rodado, conhece muito e tão bom quanto o Moretto.
E o show? Vocês vão com repertório pronto ou aceitam interferência da platéia?
O que fazemos normalmente, temos um set list já pronto. Mas sempre atendemos aos pedidos da platéia, principalmente dos fãs dos Beatles, que sempre querem ouvir uma música especial, e pra isso a gente sempre tem alguns "ases" na manga. Para este show específico (Tributo a John Lennon), o repertório é "fechado", ou seja, como há uma interação com imagens em um telão, figurino, etc, fica difícil atender a pedidos. Mas é um show pra se curtir e se emocionar, sem dúvida.
Quantos shows vocês já fizeram?
Ah, já perdemos a conta... Digamos mais de 5 e menos de mil!!! (rs)
John Lennon morreu há mais de vinte anos. Os Beatles acabaram bem antes. Mesmo assim, é possível ver muita gente jovem, que nem havia nascido em 1980, curtindo suas músicas. Qual é a magia?
A própria música dos Beatles é a magia. É mágica pura em cada acorde e melodia. Certa vez eu li que é meio "hereditário", pois passa de pai pra filho, de avô pra neto e por aí vai. Acredito que tantos jovens e até crianças, inclusive, ainda se identificam muito com a música dos Beatles. Os caras fizeram um som diferente de tudo o que rolava no cenário musical da época. Eles criaram um estilo próprio e ousaram nos arranjos, o que, para a música pop, para o rock, era difícil de se imaginar. Muitas bandas de hoje ainda utilizam elementos que os Beatles criaram. E é engraçado, pois mesmo depois de quase 40 anos ou mais, ainda continua muito atual. Quando ouço, por exemplo, "Hey Jude", tenho a impressão que foi gravada no dia anterior. É muito maluco, mas mágico!!!
Vocês acham que bandas como a de vocês colaboram para manter essa história fantástica dos Beatles?
Ah, sem dúvida nenhuma. São inúmeras bandas "beatle" espalhadas pelo mundo e não só na Inglaterra. No Brasil existem ótimas bandas e, segundo ouvir dizer, são as melhores.
Tem muita banda cover dos Beatles por aí? Em que área geográfica a de vocês atua?
Bom, tem e muita banda boa. Bauru já até recebeu duas delas e as mais famosas, a Beatles Forever e a Abbey Road, que são da capital. Tem ainda a do nosso amigo Marco Mallagolli, presidente do fã-clube Revolution, mesmo nome da banda dele. Nós tocamos em quase todos os lugares possíveis aqui de Bauru. Queremos ser uma alternativa aqui na região e até em algumas outras cidades do estado de São Paulo. Na capital é que se concentra um maior número de bandas cover, e nem sempre o público do interior tem acesso aos shows. Por isso, junto com outras bandas do interior, procuramos levar a música dos Beatles pra um maior número de pessoas.
Vocês todos sempre estiveram ligados aos Beatles ou um ou outro pegou o bonde andando?
Ah, o Paulinho Del Nery conhecia bem pouco, hein?!! Ele é um ótimo baterista, mas acho que só conhecia uma canção ou outra, que ele fazia em outros trabalhos. Foi tocando na Rubber Soul que ele começou a descobrir com mais profundidade as canções e o mundo beatle. O Fábio é fã desde os 9 anos (o mais beatlemaníaco da banda). O Zambon sempre foi fã, sendo o guitarrista de mão cheia que é. Eu descobri por acaso... Com 14 ou 15 anos, ouvindo "Imagine", que é do Lennon. Mas acho que todo mundo, num certo sentido, esteve ligado aos Beatles.
A Rubber Soul tem certa fama de perfeccionismo. Qual a receita para interpretar com precisão um grupo tão extraordinário como os Beatles?
Bom, o ingrediente principal é gostar do que faz. Gostar da música e gostar dos Beatles, claro. Quanto ao modo de interpretar, a gente procura a fidelidade, pra fazer direito. Não imitamos ninguém, fazemos tudo de modo bem natural. E claro, há um empenho de todos nos ensaios, na hora de estudar determinada canção. Procuramos fazer bem e bonito, pois fã de beatle é exigente. Pra se ter uma idéia, o Paulinho transcreveu a partitura de bateria de cada canção do repertório. Aí já se vê como o trabalho é levado a sério.
A busca pela interpretação perfeita tolhe a expressão artística de quem interpreta? Ao interpretar os Beatles, vocês de alguma maneira passam por cima de características individuais?
Hum...não, isso não, mesmo porque acho que a interpretação perfeita foi feita pelos próprios Beatles. Não acho que se possa fazer do jeito perfeito, mas, acredito que se pode chegar bem próximo ao que eles fizeram. É deixar a música falar por si mesma, respeitando a característica e a personalidade de cada um da banda. Existem limitações e, conscientes disso, buscamos a perfeição dentro de nossos limites, que é fazer com que a música seja executada de maneira clara para quem nos assiste e nos ouve.
Querem deixar o telefone e o e-mail para contato?
Ah, isso é importante, pois sem divulgação... Aí vai:
Evandro DeSouza:(14) 3276-4124 ecesar10@estadao.com.br
Fábio Lima:(14) 3234-3610 / 9652-7847 sergeant.pepper@uol.com.br
Logo tem o nosso site pintando na net!!!
Serviço:
Na sexta-feira, dia 25 de junho, a banda Rubber Soul faz o show Tributo a John Lennon. O evento será em Bauru, às 21h, no antigo Pier 14, avenida Duque de Caxias, 15-83. O ingresso custa R$ 15,00 no local. Para quem quiser comprar antecipado, o preço cai para R$ 10,00 e mais um agasalho ou 1 Kg de alimento não perecível para o CEAC. Postos de venda antecipada: Comprando, Music Sound (Bauru Shopping), Tatieli e CEAC. Informações pelos telefones (14) 3226-3141 ou 9793-8349.
Quem faz parte da banda Rubber Soul
Evandro Souza: voz e violão
Fábio Lima: voz, contrabaixo, teclado
Marco Zambon: voz, guitarra, violão
Carlos D'Incao: voz, guitarra, violão, contrabaixo
Paulo Del Nery: bateria e percussão
Produção executiva, direção musical: Fábio Lima
Direção geral, iluminação: Fernando Perri
Direção de som, cenografia: Cláudio Dias
Cenografia, backstage, direção de imagens gráficas: Cris Módolo
Direção audiovisual: Márcio Santos