Li o poema.
– Que bonito – a menina disse.
– Fiz pra ti.
– Duvido.
Está certa: escrevi para minha esposa, há quinze anos.
Toca o celular. Ela atende e tenta despachar a ligação. Eu não tenho pressa. Ela já tirou o sutiã e adoro ficar olhando. Depois que arrancar a calcinha, vou contar que sou casado.
– Era o Carlos Humberto, um guri da minha turma.
– Ele gosta de ti?
– Como é que você sabe?
– Dessas coisas eu entendo.
– Dessas coisas o quê?
– Do amor.
Também já fui garoto e me apaixonei por uma menina da minha idade. Também fui trocado por um cara mais velho. É disso que as meninas gostam, de homem experiente, sensível.
É a vida, Carlos Humberto.
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