Agonia de mãe. A casa é minúscula, um barraco, mas é o que ela tem. Ou tinha, porque arde, vira carvão. Os vizinhos acodem com baldes d’água. Mais por medo que o fogo se alastre que por solidariedade, mas é o que se tem.
Agonia de mãe. Dos três filhos, os mais velhos conseguem fugir da morte, saem correndo, queimados, mas vivos. O mais novo, de colo, ela segura firme. Se houvesse próxima vez, cuidaria de trancar melhor a porta e teria os três consigo.
Que agonia, dois ela já não tem.
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