O poeta português Bocage (1765/1803), cujo nome completo era Manuel Maria Barbosa Du Bocage, assoviava feliz da vida enquanto passeava pelo cais da Cidade do Porto à procura de inspiração para novo poema. De repente, um dos marinheiros o reconheceu e o saudou.
– Grande poeta Bocage, é um honra tê-lo cá perto de nós
- Estou a passear pois gosto do ar marinho, onde posso guardar as roupas de minh'alma, disse o poeta
- Relevante e inspirado artista lusitano, ouvi dizer que és capaz de achar rima para todas as palavras
- É o que dizem, embora concorde pouco com tal elogio, singrante marinheiro. Mas vá lá, oh pá, para qual palavra procuras rima?
- Estamos de partida para as Índias. Por isso, quero que descubras uma rima para esta palavra
- Rima para Índias, homem do mar?
- Sim, Bocage
- Para onde irão estas caixas cá no cais?
- Vamos levá-las paras a Índias, disse o marinheiro
- Então, guinde-as
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