Do lado de fora da Copa

junho 24th, 2014
Cena do filme "O ano em que meus pais saíram de férias"

Cena do filme “O ano em que meus pais saíram de férias”

No filme “O ano em que meus pais saíram de férias”, há uma cena emblemática capaz de traduzir o sentimento que embala o torcedor numa Copa do Mundo. Um grupo de revolucionários assiste ao jogo Brasil x Tchecoslováquia e quando o país europeu (então um estado comunista que ainda reunia a República Tcheca e a Eslováquia) abre o placar, vários deles gritam gol, fecham os punhos, dizem palavras de ordem etc. No entanto, minutos depois, quando Rivelino cobra uma falta e empata, aí sim há uma explosão espontânea e eles se abraçam, vibram e comemoram independentemente de posições políticas. Read the rest of this entry »

Uma rapidinha sobre o fuzuê das relações sociais pela rede

junho 5th, 2014

As novas relações humanas, motivadas ou mesmo mantidas pelas redes sociais, criaram uma vertente que às vezes assusta: trata-se do “misturê-fuzuístico-se-eu-não-jogar-levo-a-bola-embora”.

De modo quase inacreditável, pessoas que se dizem democratas e blablablá desovam uma intolerância impressionante nos mais rasos debates sobre política ou comportamento. Read the rest of this entry »

A vida num instante

junho 3rd, 2014

Faz tempo que conheço o M. A gente se encontra por aí de vez em quando, troca umas ideias, bate um papinho rápido e até mais. Hoje eu estava no café, numa mesa que dá para a rua, e o vi passar na calçada.

- Grande M! Vem cá tomar um café comigo.

- Bom, se você está pagando.

O M. é um desses sujeitos que parecem estar sempre de bem com a vida, mas desta vez eu o percebi desanimado logo que apertou minha mão e se sentou. Read the rest of this entry »

Receita para ganhar na loteria

maio 27th, 2014

Antonio Carlos Barbosa, técnico que dirigiu a seleção brasileira de basquete feminino, estava no almoço que comemorou os 50 anos de carreira de Samuel Ferro, outro nome bastante conhecido no esporte nacional pelo seu trabalho como jornalista em São Paulo e que agora se dedica a comandar a TV Preve, emissora de Bauru que ele mesmo implantou há vinte anos. Convidado para o evento, sentei por acaso à mesma mesa do Barbosa. Read the rest of this entry »

A tática do Tufim e o futuro do passado

maio 20th, 2014
Eu aos 9: terceiro ano do grupo escolar

Eu aos 9: terceiro ano do grupo escolar

– Você acha que pode? – a mulher que aparenta ter sessenta anos bate uma das mãos na perna, indignada, na fila do banco.

Estão em duas e falam sobre um episódio banal numa escola pública. O aluno quis descer o braço na professora. Pelo que ouvi delas, a coisa não chegou às vias de fato. E talvez a indignação daquela senhora de baixa estatura e olhos graúdos atrás dos óculos acabe se perdendo na grande babel em que se transformou a escola pública no Brasil. Read the rest of this entry »

O lenço vermelho do Madô naqueles tempos em que o Brasil perdeu a Copa

maio 2nd, 2014

No meio do campo e dos carrapichos ele atuava com certa elegância. Feito um desses jogadores dos quais fogem as oportunidades de brilhar nos grandes clubes do futebol. Ao menos é assim que eu o vislumbro quando me contam sobre o episódio dramático que realmente aconteceu lá pelos idos do século passado, nos tempos em que o Brasil perdia em casa a Copa do Mundo. Read the rest of this entry »

Meu comentário de hoje na TV TEM: o absurdo das filas na saúde

abril 24th, 2014

Clique aqui para ver a reportagem e, no final, meu comentário

Mataram a Xuxa

abril 22nd, 2014

– Mataram a Xuxa – disse-nos meu tio no domingo de Páscoa.

De início, pensamos se tratar de mais uma das pegadinhas inocentes que ele costuma fazer. Mas vimos sua dificuldade para continuar. De algum modo, a garganta travou e os olhos se umedeceram. Read the rest of this entry »

Sou um homem que tem saudade

abril 16th, 2014

Sou um homem que tem saudade.

E aviso desde já que não me encaixo na convicção daqueles que dizem não me arrependo de nada. Pra mim, isso é apenas conto de fada.

Sim, me arrependo de quase tudo! Read the rest of this entry »

Âncora para a vida

abril 12th, 2014
A casa onde nasci, num bairro rural de Cafelândia, estava assim há alguns anos

A casa onde nasci, no bairro rural Lagoa Seca, estava assim há alguns anos

(Texto feito para o Jornal Cidade, de Cafelândia)

Pelo facebook, o Paulo Roberto Gomes pergunta se eu posso escrever uma “homenagem” a Cafelândia. Eu, pra dizer a verdade, não sei se saberia formular algo desse tipo. Minhas homenagens às coisas que eu gosto estão no meu cotidiano. Por exemplo: até há pouco tempo, eu era diretor de várias redações de jornal e viajava todas as semanas para diferentes regiões do estado de São Paulo. Era muito comum me perguntarem por aí: e sua cidade, como vai? Eu respondia: bom, você deve estar falando de Bauru, mas eu sou de Cafelândia, conhece?

Embora eu viva em Bauru, cidade que adoro, jamais deixei de lado minha Cafelândia. Além da família e de amigos, um pouco de mim continua aqui. Read the rest of this entry »