Ela vivia numa bolha, pois como era radioativa desde nascença, tudo apodrecia ao redor quando seu corpo entrava em contato com o ar. As únicas pessoas que conhecia eram os cientistas com roupas especiais. (mais…)
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Próximo encontro
segunda-feira, março 8th, 2010Quatro minicontos
sexta-feira, fevereiro 12th, 2010Bailarina
Só dava pra ver, sob a roda e salpicada de gotículas rubras, metade da sapatilha.
Sexo
À beira do passeio, a moita balançava lá e cá, lá e cá, lá e cá, laaaaaá e caaaaaaaaá…
Umidade
A gota salgada deslizou por debaixo do véu preto e chocou-se contra a tábua cheirando a pinho.
Sambinha
A madeira solta do assoalho gemeu de um lado e de outro até desprender uma poeirazinha barata e faceira.
A criança
quinta-feira, fevereiro 11th, 2010III.
Quando o menino acorda encontra vários anjos ao seu redor. Fica feliz
de vê-los, mas a única coisa que o deixa triste é que não poderá mais
voltar para a família e os amigos da escola. (mais…)
Relação
domingo, fevereiro 7th, 2010Os animais são impressionantes. Ontem, nossa cachorrinha (que carrega um problema sério na coluna e de vez em quando tem umas recaídas) não estava muito bem. À tardezinha, decidimos nos fazer companhia, ambos deitados no tapete do escritório. Brincamos, trocamos ideias e cochilamos. Uma terapia – acho que para os dois. (mais…)
Literatura
sexta-feira, fevereiro 5th, 2010Os grandes veículos de comunicação – principalmente os jornais, onde a literatura se encaixa bem – costumam dar pouco espaço aos chamados novos autores. Não sei se isso é reflexo do comportamento do público ou se o público reflete a postura dos jornais. (mais…)
Lobohomem
segunda-feira, fevereiro 1st, 2010Um dos maiores mitos da humanidade volta este mês a ganhar espaço em nosso imaginário: o lobisomem. Não que a criatura meio homem meio lobo tenha algum dia nos deixado para sempre. Claro que não. Só que neste fevereiro, ela chega às salas de cinema. Ela novamente estará reencarnada. (mais…)
O menino e o lobo
domingo, novembro 8th, 2009Quando nos mudamos, no início da década de setenta, para a propriedade rural de meu avô materno, jamais poderíamos imaginar como seria dramática aquela primeira semana que marcou para sempre nossas vidas. Fomos para o campo cumprir o que se estabelecera tão logo o vovô desistiu de continuar. Deu-se assim: brigando sem queixar-se há cinco ou seis anos com uma interminável seqüência de cânceres, ele cansou-se, mandou chamar as duas filhas, os genros e os netos, anunciou seu fim iminente e foi deitar-se, como se a morte o esperasse na cama, onde, aliás, encontrou-a poucas horas depois. A probabilidade do acontecimento já havia feito com que meu pai e meu tio tomassem a decisão de seguir com a fazenda de médio porte, uma boa produtora de café e melancia. Assim, três ou quatro dias após o enterro, juntamo-nos à vovó. (mais…)
Dores nas costas
sexta-feira, outubro 16th, 2009I
Outro dia, apareceu-me lá no consultório, pelo meio da tarde, um tal Silvério. Minha clientela geralmente é fixa, não por outra coisa, senão pelo detalhe de a minha agenda viver lotada. Para dizer a verdade, tenho consultas marcadas para os próximos seis meses. Por isso mesmo, quando surge algum novo paciente, é natural alimentar uma certa curiosidade. Contudo, quando ele entrou, ambos não pudemos evitar boas risadas. O fato é que já nos conhecíamos, embora não tivéssemos ligado nossos nomes às respectivas pessoas. Eu o tinha por Silva e ele me tratava por Doutor Juca. São esses os apelidos pelos quais costumam se dirigir a nós, inclusive no edifício onde moramos, coincidentemente no sétimo. Não era para rir? (mais…)
Serafim e seus filhos – Texto de Otávio Nunes
quinta-feira, setembro 3rd, 2009(Historinha baseada na música homônina
e maravilhosa de Ruy Maurity e José Jorge)
– Papai, existem lobisomens?
– Não, minha filha.
– Então por que tem filmes na televisão que…? (mais…)
Os guerreiros – Texto de Otávio Nunes
terça-feira, agosto 4th, 2009O valente guerreiro Juruí, filho do cacique da tribo dos Nhandequarabim, povo que habita a margem direita do Rio Xingu, no sentido da correnteza das águas, entrou na oca da família. Seu pai estava a afiar a ponta de uma lança, para pescar matrinxã no grande rio. (mais…)