Posts Tagged ‘Crônicas’

Quando leram a nossa sorte

sexta-feira, janeiro 6th, 2012

“Búzios, cartas e amarração no amor.” Os folhetos foram pregados na noite passada em um batalhão de postes. São tantos, um atrás do outro, que você até se confunde. Talvez seja “Búzios, tarô e amarração no amor” ou “Tarô, cartas e amarração no amor”. Agora me fugiram o conteúdo integral e sua ordem.

Mas ao bater os olhos, a lembrança me chamou. (mais…)

Café com ética

quinta-feira, janeiro 5th, 2012

“Que importância tem a ética pra você?”, pergunta o entrevistador.

“Hmmm…”

Acho que a candidata ao emprego não compreendeu. Na minha mesa, interrompo o café por um instante. Ao perceber alguém em apuros como esse, nunca consigo permanecer alheio, deixar pra lá. (mais…)

Erasmo e Roberto; a Cris e eu

sexta-feira, setembro 9th, 2011

Acabo de ver no Jô a entrevista com Erasmo Carlos. Não sou fã do Erasmo. Sou admirador. Eu o admiro pela postura. Pelo caráter. Pela ética. E, acho que no fim das contas, pela amizade. Não deve ser fácil manter uma amizade cinquentenária com o chamado Rei. Estar ao lado do cara que leva toda fama mesmo quando você faz parte dela. Mesmo quando, às vezes, você é o responsável por ela. (mais…)

A vigília de seus olhos

segunda-feira, setembro 5th, 2011

Quando há algum tempo eu os vi, os olhos, eram como duas grandes bolas translúcidas confundindo-se com as árvores da praça que eu contornava.
À medida que eu caminhava, vencendo esfericamente o contorno da praça, eles também a circundavam, posicionando-se sempre no meu flanco.
No início, apavorei-me e agi equivocadamente. Mas depois, com o passar do tempo, eu os compreendi. (mais…)

Adeus, Deco: velho amigo irmão

sábado, agosto 20th, 2011

Esta foto é da década de 1980; estou à esquerda ao lado de Eli (então namorada do Deco) e do próprio (à direita)

O Deco (com o “é” aberto) morreu neste sábado. Recebi a informação por volta de meio-dia. Havia acabado de acontecer. Eu ainda estava deitado, ouvindo cair lá fora uma chuva intermitente, uma chuva boa nestes dias secos. A moleza característica ao acordarmos em dias assim transformou-se em prostração dolorida quando do outro lado da linha o jornalista Sérgio Bento me disse que havia uma “notícia brava” vinda de Cafelândia. Mal tive tempo de pensar no que poderia ser até que ele me dissesse que “o Dequinho teve um enfarte fulminante”. Ele era jornalista nascido em Pirajuí, mas vivia em Cafelândia havia mais de quarenta anos. (mais…)

A caminhada e o garoto de bicicleta

quinta-feira, agosto 18th, 2011

Retomo aos poucos minhas atividades físicas, que considero fundamentais para minha sobrevivência. Assim como experimento o estímulo impressionante da cafeína após meus (no máximo) dois cafezinhos diários, também sinto a endorfina produzir seus efeitos como se um sol particular nascesse diante de mim. Fiquei parado durante algumas semanas, nem sei explicar o porquê. Mas o fato é que desde já lamento o que perdi nesse período. Porque caminhar é também vivenciar uma crônica da vida. (mais…)

Pois hoje eu vou lhe mostrar

quarta-feira, julho 20th, 2011

Não sei quais as dúvidas que você ainda tem a meu respeito. Mas hoje eu acabo com elas de uma vez. Porque sou aquele cara que não gosta de deixar dúvidas. Gosto de tudo muito explicado, senão a boca esquenta, você pode me compreender? (mais…)

Conversa na praça com um casal de namorados

quinta-feira, julho 14th, 2011

Faz tempo que eu estava planejando, mas não me chegava a coragem. Ontem, sei lá o que me deu, venci minha terrível timidez e falta de jeito para começar um papo, e fui matar minha curiosidade. Falei com o casalzinho de namorados que vejo de vez em quando na praça. Há outros que se sentam lá, mas esse me chamou a atenção porque tanto ele quanto ela me parecem realmente apaixonados. E é incrível como o amor, quando aparenta ser verdadeiro, atrai também quem não tem nada a ver com a história. No caso, eu. (mais…)

A morte ao sol do meio-dia

terça-feira, julho 12th, 2011

(“O sol poente”, obra de Tarsila do Amaral)

Os homens a atiraram ao chão. Houve um momento de silêncio, segundos de apreensão. Como podem seres humanos agir desse modo? Como se o caso fosse nada mais do que um simples ato do cotidiano? Não sabem os segredos que ela guarda? As alegrias que abrigou? As tristezas que escondeu? (mais…)

Vou dizer tudo a você!

sexta-feira, julho 1st, 2011

Hoje eu vou dizer tudo a você. Todas as coisas que me fazem perder o sono, me distrair ao volante, divagar enquanto tento concentrar-me no trabalho. Vou pegar o telefone, discar seu número e despejar meus segredos, minhas frustrações, meus sofrimentos. Minha saudade. (mais…)