Posts Tagged ‘Sociedade’

Paulo Neves: monstro sagrado

domingo, maio 13th, 2012

Paulo Neves é o segundo da esquerda para a direita

Quando eu comecei no jornalismo em Bauru, no ano de 1987, na redação do Diário, com Eduardo Nasrala, Maria América Ferreira, Heliana De Weese, João Ranazzi, Carlos Torrente, Erlington Goulart, Aceituno Jr., Milton Bill de Oliveira, Éder Azevedo e Dona Ana (mãe da Sandra Camargo), nessa época eu ouvia falar de Celina Neves como uma deusa bauruense.

Eu não entendia direito o que isso queria dizer à época. Foi preciso esperar o tempo passar: para conhecer um pouco da grande diretora teatral. Acho que fiz só uma entrevista com ela. O tempo foi correndo e alguns anos depois eu conheci Paulo Neves. (mais…)

Quando morrem as crianças

quinta-feira, maio 3rd, 2012

No início da década de 1970, perdi um amigo e colega de escola. Ele devia estar na segunda série. Saiu de casa após o almoço para ir à aula e no meio da estrada, que liga a zona urbana ao sítio onde morava, teve uma parada cardíaca. Foi socorrido, mas não resistiu.

Foi um dia chocante. Nós, os amigos, nos reunimos para ir ao velório. Na época, os corpos eram quase sempre velados em casa. Eu me lembro que fazia um dia de vento, assim como hoje em Bauru. (mais…)

Patrimônio. De Philip Roth

domingo, abril 29th, 2012

“Senti o cheiro de merda já no meio da escada. Quando cheguei ao banheiro, a porta estava inteiramente aberta e, no chão do corredor, jaziam seu macacão e sua cueca. Dentro do banheiro papai estava nu, tendo acabado de sair do chuveiro, pingando ainda. O cheiro era insuportável. Ao me ver, quase começou a chorar. Na voz mais desconsolada que jamais ouvi, dele ou de qualquer outra pessoa, me disse o que não era difícil deduzir: ‘Me caguei todo’.”

Acho que o trecho acima e toda a sequência dessa passagem resumem, do modo mais franco e honesto possível, a essência do livro “Patrimônio”, de Philip Roth, reeditado agora pela Companhia das Letras. (mais…)

Coca-Cola, clube e aniversário

sábado, abril 28th, 2012

Eu estou aí nesta foto, de verde, num Carnaval no Cafelândia Clube

Sabe qual foi a Coca-Cola mais gostosa que eu já tomei na vida?

Eu costumava fazer essa pergunta para a mulher da qual hoje sou ex-marido. Devia ser um tédio para ela. Chegou a decorar: “Ai, tá…”, ela começava, “foi a Coca que você bebeu no Cafelândia Clube num domingo de Carnaval”.

Isso mesmo. (mais…)

A polêmica sobre a gestação de bebês anencéfalos

quarta-feira, abril 11th, 2012

Conheci um menino, que depois se tornou adulto, com graves deficiências mentais. Sua vida deve ter durado perto de 40 anos. A mãe e a avó cuidavam dele com um carinho impressionante. Ele oscilava entre bons e maus momentos. Em estado turbulento, chegava a agredir a mãe. Era um terrível drama. (mais…)

Os passos lá fora

segunda-feira, fevereiro 27th, 2012

Quando eu tinha uns nove ou dez anos de idade, havia um garoto com quem eu estudava. Ele morava perto de nossa casa e era muito comum estarmos juntos nos fins de tarde, quase sempre jogando bola e depois vadiando um pouco pelas ruas. (mais…)

O jornalismo na nossa sala

quinta-feira, janeiro 12th, 2012

As emissoras de televisão continuam intensificando a maneira informal de levar as notícias à nossa casa. Os apresentadores, cada dia mais próximos do público, quase não fazem mais os velhos relatos sob a sonoridade de vozes graves e impostadas. Já faz um tempo, eles agora conversam como se fossem interlocutores presentes bem ao nosso lado, na sala onde fica o aparelho. (mais…)

Café com ética

quinta-feira, janeiro 5th, 2012

“Que importância tem a ética pra você?”, pergunta o entrevistador.

“Hmmm…”

Acho que a candidata ao emprego não compreendeu. Na minha mesa, interrompo o café por um instante. Ao perceber alguém em apuros como esse, nunca consigo permanecer alheio, deixar pra lá. (mais…)

Bizarrices morais

quarta-feira, novembro 16th, 2011

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Interessante o que ocorre numa sociedade onde o roubo, a enganação compulsiva e o mau caráter são moeda corrente em todos os estratos sociais e profissões: os atos de honestidade e desonestidade provocam reações singulares entre a população. (mais…)

Que venham as ressacas

sexta-feira, setembro 2nd, 2011

Sempre acontece em épocas de ressaca no litoral carioca. Refiro-me às da orla carioca por serem as mais próximas a mim, as que tenho oportunidade de assistir. É um bonito espetáculo, além de assustador, ver as ondas invadindo as calçadas, arrastando o que está à sua frente e deixando seu rastro de areia quando começam a amainar. Como os olhos de Capitu. Mas reconheço que só é prazer para quem está ali de espectador, como eu, e não para quem perde seu dia de praia ao sol, o quiosque, o carro, a bicicleta ou outro bem. (mais…)