No futebol, já tem jogador dizendo que daqui a pouco, ao fazer um gol, precisará pedir desculpas à torcida, ao árbitro, ao mundo… A comemoração, enfim, deve ser contida, respeitosa – talvez uma continência se o governo for militar, quem sabe uma leve inclinação corporal nas monarquias, uma oração nas nações mais religiosas… (mais…)
Posts Tagged ‘Sociedade’
Satisfações ao cubo
terça-feira, maio 19th, 2009Balas, chamadas e outras perdas
domingo, abril 5th, 2009Abro o celular e lá está o aviso de 4 chamadas perdidas. Provavelmente amigos que me procuraram para conversar ou simplesmente dizer que estão vivos e querendo me ouvir. Ou o funcionário de uma telefônica, provavelmente querendo me mostrar as maravilhas da empresa que ele representa e de como eu seria muito mais feliz se mudasse minha conta para ela. Não importa. Foram chamadas perdidas e não ouvi os amigos… mas escapei da propaganda. (mais…)
Palavras inteiras; braço forte
terça-feira, fevereiro 10th, 2009Sempre tive dificuldades com simbologias, mensagens cifradas, coisas subliminares e por aí vai. Pra mim, o dito popular “meia palavra basta” não serve. Eu gosto mesmo de palavras inteiras, de mensagens explícitas, de clareza. Às vezes, chego a incomodar com este meu vício: “o que isto significa?”, “o que você quer dizer?” (mais…)
O cansaço do Rio
domingo, fevereiro 8th, 2009Para cada passeio deslumbrante pelo bondinho do Pão de Açúcar, uma bala perdida ao pé do Pão. Para cada visita ao Cristo Redentor com direito a uma panorâmica do Rio de tirar o fôlego, um assassinato bem ali, seja a vítima brasileira ou estrangeira, não faz a menor diferença para quem aperta o gatilho. Para cada poesia que a Lagoa Rodrigo de Freitas inspira com seu espelho, o choque de saber que a tranqüilidade dos passantes não existe mais, com uma tragédia à espreita em cada curva. (mais…)
Prisioneiros do Brasil
terça-feira, dezembro 16th, 2008Quando as toucas cobriam a cabeça, era só o frio, o doce frio dos trópicos, constrangido e pedindo licença para agir em campos tão febris.
As armas, mesmo sob seu estigma de insensatez, resvalavam na pureza contestada de uma caça em noites de luar.
A morte, como sempre triste, deixava o sangue aos poucos aplacar, dentro de suas veias velhas amigas, a quentura da vida. (mais…)
DNA de consumidor
quarta-feira, novembro 26th, 2008Cada vez tenho mais certeza de que um código de barra aparece na testa dos cidadãos brasileiros no momento em que eles se encontram na posição de consumidores. Não importa se é um empresário bem-sucedido, uma cozinheira de mão cheia, um pai admirado pelos filhos ou uma compositora de talento, todos reconhecidos em seu meio. (mais…)
Desperdício humano
terça-feira, novembro 18th, 2008Já falei sobre isso em outra crônica, mas volto ao assunto, ainda lamentando o desperdício de crianças e adolescentes sem eira nem beira, desaproveitados e desconhecendo seus próprios talentos que não aqueles dirigidos a delitos. Hoje me refiro especificamente aos que são jogados em instituições cuja finalidade é "formular e implantar programas de atendimento a menores em situação irregular, prevenindo-lhes a marginalização e oferecendo-lhes oportunidades de promoção social" (Lei Estadual 1.534 de 27/11/1967), mas que na sua maioria não passam de um depósito de seres humanos. Nestes, os internos passam grande parte de seu tempo planejando a fuga ou especulando sobre como vão se dar bem quando fizerem 18 anos e se reintegrarem à bandidagem. (mais…)
Campo de batalha
sexta-feira, novembro 7th, 2008As épocas sempre são sangrentas. Nos campos de batalhas ou nas ruas, as pessoas morrem sem poder evitar. Pode parecer paradoxal, mas faz parte da vida. Não se costuma dizer “é a vida” quando uma morte é lamentada? Essa história de violência, na verdade, já me traz um ar de incerteza quanto à possibilidade de seu esvaziamento. Os mecanismos de combate à violência esgotam-se, um atrás do outro, diante da fortaleza que se ergue em torno de seu núcleo sangüinário. As hostes da paz debelam-se perdidas em meio a um tempo turbulento, o tempo de sempre. (mais…)
Sotaque
domingo, outubro 19th, 2008Meus amigos caipiras são tantos que nem sei. Os caipiras se atraem (rs). Puxamos a língua para trás para pronunciar o “r” e coisas assim. Para dizer a verdade, eu procuro me policiar quanto a esse detalhe, principalmente quando falo na TV. São os padrões, fazer o quê? Mas não deixa de ser curioso quando certas características são negadas com veemência, como se fosse um crime ser meio assim um “bicho do mato”. (mais…)
Incoerências e caras-de-pau
segunda-feira, setembro 29th, 2008Aos poucos, os candidatos e candidatas a Prefeito do Rio começam literalmente a mostrar a cara e, no momento em que escrevo, alguns deles já se destacam no noticiário. Ou porque nas pesquisas têm índice mais alto de intenção de votos ou porque seus cartazes aparecem mais pelas ruas da cidade. E é aí que entra a incoerência desses candidatos com sua interpretação muito particular sobre o que seja “cuidar da cidade” ou de pensar nela como seus futuros administradores. (mais…)