Em São Paulo, pescador só tem mesmo pesqueiro para dar banho na minhoca. Se for a um rio, só pega bota velha e garrafa PET. O número desses estabelecimentos cresce na Grande São Paulo e alguns até se transformam em enormes complexos de entretenimento com restaurante, pousada, playground, piscina e outras atrações. (mais…)
Archive for the ‘Colaboradores’ Category
Estressado? Vá pescar – Texto de Otávio Nunes
domingo, novembro 1st, 2009Ventre
domingo, outubro 18th, 2009Deita na cama dos pais; ali, o casal conversava longas horas e fazia amor. Fica em posição fetal, acreditando que a alcova o protegerá.
E-mail: dudu.oliva@uol.com.br
biográfico – Texto de Thiago Roque
quarta-feira, outubro 14th, 2009a memória fez questão de esquecer os primeiros anos.
aquela coisa da primeira palavra, da primeira vez em pé, do primeiro dente, sabe?
pra ele, nunca existiu.
sua primeira lembrança é um dia de chuva. o chinelo indo embora com a correnteza que lavava o meio-fio.
sua primeira perda.
sua primeira bronca também.
até sentia falta das broncas… (mais…)
Solidariedade – Texto de Leonardo Brasiliense
sábado, outubro 10th, 2009Numa esquina da avenida mais movimentada, às sete da noite, o sinal fica verde, entretanto a carroça do papeleiro não se mexe. Os motoristas começam a buzinar. O papeleiro agita as rédeas, faz um som esquisito com a boca, e nada adianta. O cavalo empacou. (mais…)
Passando adiante
sexta-feira, outubro 2nd, 2009Dia desses me veio à cabeça o antigo joguinho Escravos de Jó, em que as peças são passadas de parceiro em parceiro, ritmada e automaticamente, enquanto todos cantarolam a música que acompanha a brincadeira. E assim, as mesmas peças acabam voltando às mesmas mãos, num rodízio interminável. Lembrei-me dele diante da ciranda de mensagens e anexos que diariamente chegam às caixas de correio depois de navegarem pela rede. Lá pelas tantas, as mensagens acabam voltando à origem e o círculo se fecha. (mais…)
Intuição
quinta-feira, setembro 24th, 2009O poeta escrevia versos e mais versos à amada. Ela desfrutava a estética das composições, porém não conseguia emocionar-se. Um dia, encontrou um artesão que lhe deu uma pequena caixa. Depois de entregá-la disse: “ Para você guardar os sonhos e as lembranças boas”. Ficou surpresa com a descoberta de que qualquer pessoa com sensibilidade pode fazer um poema sem intenção, mesmo simples gestos, sem palavras.
E-mail: dudu.oliva@uol.com.br
Dois minicontos de Leonardo Brasiliense
sábado, setembro 5th, 2009Quando cai o barranco
Esticada a corda, saiu um homem do meio do barro. Assustado, perguntou as horas, agradeceu o resgate, arrumou o cabelo e foi embora correndo. Dos outros, só vieram corpos, sem pressa. (mais…)
Que bom que tem solução
quinta-feira, setembro 3rd, 2009Embora haja situações em que nós brasileiros já podemos nos considerar mais esclarecidos e conscientes, algumas ainda teimam em ser um verdadeiro desastre. E a campeã absoluta é a prestação de serviços. Essa está apenas engatinhando na vida do país e continua tomando um tempo desnecessário de quem dela precisa e quase sempre deixando a desejar. (mais…)
Serafim e seus filhos – Texto de Otávio Nunes
quinta-feira, setembro 3rd, 2009(Historinha baseada na música homônina
e maravilhosa de Ruy Maurity e José Jorge)
– Papai, existem lobisomens?
– Não, minha filha.
– Então por que tem filmes na televisão que…? (mais…)
Consequência de um ato imaturo
quarta-feira, agosto 12th, 2009Ficava com vergonha quando alguém transformava suas idéias em pó e ele nem tinha a capacidade de salvá-las. Decidiu não mais comentar sobre elas, pois cada vez que não tinha palavras para debater, sentia-se despido. Com a cabeça a explodir resolveu viajar para um lugar ermo e derramou, através da escrita, todos os pensamentos. Quando retornou para cidade, estranhou uma quantidade enorme de letras enlameadas espalhadas por todo canto. Ouviu notícias de que a cidade sofrera uma enchente de palavras.
E-mail: dudu.oliva@uol.com.br