Archive for the ‘Crônicas’ Category

O banho do tatu e o ‘banho’ que o tatu me deu

sexta-feira, junho 24th, 2011

Eu também gostaria de jogar água com uma mangueira num tatu. Vê-lo de perto contentar-se com o refresco, assim como na imagem acima (há um vídeo que está no UOL, mas não consegui postar aqui porque sou ignorante nisso – só sei pegar os do Youtube, onde não o encontrei). Sinto que devo isso à espécie. (mais…)

O sigilo de um passado que nos incomoda

quinta-feira, junho 23rd, 2011

Aí está a Nina, cachorrinha que também é minha

Esconder coisas do nosso passado (ou mesmo do presente) das quais nos envergonhamos nos faz bem? Resolve nossas incertezas a respeito do futuro? Sustenta nossa estabilidade emocional? Evita uma exposição prejudicial à nossa imagem? A discussão em torno de documentos sigilosos da história do país me despertou para minhas próprias desonras. (mais…)

Liberdade aos irmãos!

terça-feira, junho 14th, 2011

(Quadro de Miró, que me lembra crianças)

A casa fica abaixo do nível da rodovia. E ali, no amplo quintal ao lado da construção antiga cercada de árvores, as duas crianças correm uma atrás da outra. A menina, talvez um pouco mais velha, vai no encalço do menino. Têm entre cinco e seis anos, calculo. Penso: são irmãos e vivem de certo modo isolados nesta paisagem agreste. Não é um lugar distante de cidades. Mas fica no meio do mato. E das plantações. Não há outras casas por perto. (mais…)

Na estrada de Brotas

quinta-feira, maio 12th, 2011

A tarde já estava caindo quando eu resolvi parar o carro pouco antes de uma ponte na rodovia que passa por Brotas e Itirapina, no interior de São Paulo. Às vezes, tenho o ímpeto de confirmar se não me esqueci de algo que deveria estar na bagagem. Coisa de louco? Talvez. Mas o fato é que ao descer, percebi quase ao mesmo tempo a presença de uma pessoa encostada à mureta do viaduto. (mais…)

A órbita das desculpas

quarta-feira, abril 20th, 2011

Fiz uma tremenda bobagem, não fiz? Como alguém pode cometer um deslize desse tipo? E logo com você? Sabe o que mais? Me sinto tão mal que nem sei como pedir desculpas. Na verdade, não sei se há espaço para esse tipo de atitude. Desculpar-se por algo é como tirar cara ou coroa. Porque a pessoa a quem você pede desculpas nunca terá certeza se o pedido é sincero ou se é apenas uma estratégia bem planejada. (mais…)

Uma imagem. E só.

segunda-feira, janeiro 3rd, 2011

Às vezes, ficamos boquiabertos de admiração com cenas na televisão ou no cinema. Mas é incrível como não nos damos conta de que bem ao nosso lado podem rolar coisas tão maravilhosas (ou mais) como as produzidas pelos profissionais da imagem. (mais…)

Paisagem da janela

terça-feira, dezembro 28th, 2010

Quando eu tinha uns 4 ou 5 anos, fiz uma viagem de trem com minha mãe. O que eu mais me lembro da experiência é algo bastante inusitado: a visão assustadora do vão entre o vagão e a plataforma. Saber que ali embaixo havia um fosso, mesmo que fosse muito improvável alguém pisar no vazio e cair naquele “abismo”, era perturbador. (mais…)

Memória da saudade

segunda-feira, novembro 1st, 2010


Vídeo com “Canção da América” e cenas do enterro de Elis Regina, em 1982. É com esta música e essa voz extraordinária que homenageio meus amigos mortos

Eu respeito muito as crenças e os rituais. Desde, claro, que não sejam absurdos. E como há crenças e rituais absurdos! Mas isso fica para outra hora. O fato é que eu respeito muito as crenças e os rituais. Porque, afinal de contas, nós sabemos tão pouco, quase nada. Como teria dito Sócrates, o filósofo, só sei que nada sei. E eis o que sei: respeito, recuso-me a duvidar do que não sei, e como nada sei, de nada duvido. (mais…)

Histórias reais e defuntos imaginários

sexta-feira, outubro 22nd, 2010

Conta-se que o velhinho, louco por um pandeiro (e uns tragos), saíra do último boteco e, a caminho de casa, vislumbrou mais uma possibilidade de continuar a noitada: numa casa ali perto, havia uma certa movimentação, luzes na madrugada, gente que entrava e saía. Festa, pensou o boêmio. (mais…)

Putos da vida

domingo, julho 11th, 2010

Cresci no meio de pais e tios e avó falando espanhol. Eles todos são (ou foram) filhos de espanhóis. Gente que veio do outro lado do Atlântico em busca de novas oportunidades, de uma vida melhor. Mas como é duro vê-los em harmonia. Como é difícil fazer com que eles se entendam. São ranhetas. São impulsivos. Têm sempre o sangue numa temperatura inadequada para o corpo humano. (mais…)