Archive for the ‘Crônicas’ Category

Velhos amigos

sexta-feira, março 19th, 2010

Quando eu era criança, ali pelos nove ou dez anos, morava bem perto de minha casa uma família numerosa de testemunhas de jeová. Eu me lembro bem desse detalhe porque numa época em que praticamente só havia católicos, qualquer outra religião provocava certa curiosidade. (mais…)

Sir Elton John

quinta-feira, março 4th, 2010

Mais um caso para a série “Coisas que não sei por que ainda não tinha feito”. Pode parecer incrível para quem gosta de Elton John, mas a verdade nua e crua é que eu não tinha um CD dele com a mitológica “Skyline Pigeon” (de 1969). O curioso é que estava virando uma maldição. (mais…)

Relação

domingo, fevereiro 7th, 2010

Os animais são impressionantes. Ontem, nossa cachorrinha (que carrega um problema sério na coluna e de vez em quando tem umas recaídas) não estava muito bem. À tardezinha, decidimos nos fazer companhia, ambos deitados no tapete do escritório. Brincamos, trocamos ideias e cochilamos. Uma terapia – acho que para os dois. (mais…)

O lixo que fica entalado

domingo, novembro 22nd, 2009

Diz que eleição é como futebol e carnaval: uma festa, mas deixa muita sujeira. Além do lixo comum – dos santinhos e todos os papéis produzidos para seduzir o eleitor, sobra também o entulho humano que assume as sagradas cadeiras públicas. Fora uns e outros que podem se contar nos dedos, a pergunta é inevitável e vem do sujeito desconhecido na porta do bar: como é que se consegue juntar tanta coisa ruim? (mais…)

Céu da boca

sexta-feira, julho 17th, 2009

É curioso observar, na cobertura do futebol, a guerra travada pelas emissoras contra anunciantes indesejados. Alterou-se profundamente o chamado primeiro plano, aquele em que aparece a face do entrevistado. (mais…)

Passado inquieto

terça-feira, junho 16th, 2009

Quando eu penso que o Pato Donald completa 75 anos este mês, é como se o passado zombasse de mim:

- E então, você não desejava o futuro? – grita-me lá de trás, mal conseguindo pronunciar as últimas sílabas, já quase encobertas pelo sorriso sarcástico.

Não sou afeito, como muita gente, a resmungos pelos cantos sobre as crueldades do presente. Vejo o ser humano mais evoluído em muitos aspectos. Claro, isso não significa estarmos livres de tantos erros que ainda cometemos. Mas não dá para dizer que o passado era melhor, embora concorde que a humanidade perdeu muitas coisas boas pelo caminho. (mais…)

Guerra e paz

domingo, março 8th, 2009

Nelson Rodrigues dizia que em vez de lermos muitos livros, devemos reler alguns. Reler sempre. Já até escrevi uma crônica sobre o tema. Discordo em alguns aspectos. Mas isso não vem ao caso agora. O fato é que saí à procura de uma edição de “Guerra e paz” para reler. Não tenho esse livro em casa. A obra, de Tolstói, foi publicada em meados da década de 1860. Eu a li quando estava na faculdade. Já faz tempo. Mas isso também não vem ao caso agora (rssss). (mais…)

Definição da beleza

segunda-feira, fevereiro 16th, 2009


Escritores, filósofos e pensadores já escreveram tantas teorias sobre a beleza que elas muitas vezes se abraçam nas esquinas das idéias ou simplesmente tomam rumos paralelos e jamais se encontram. O caso é que a beleza, mais do que propriamente intrínseca à subjetividade, é algo superior à própria capacidade de o homem imaginar as formas que a constituem. E, por conseqüência, indefinível sob um ponto de vista concreto. (mais…)

Prisioneiros do Brasil

terça-feira, dezembro 16th, 2008

Quando as toucas cobriam a cabeça, era só o frio, o doce frio dos trópicos, constrangido e pedindo licença para agir em campos tão febris.

As armas, mesmo sob seu estigma de insensatez, resvalavam na pureza contestada de uma caça em noites de luar.

A morte, como sempre triste, deixava o sangue aos poucos aplacar, dentro de suas veias velhas amigas, a quentura da vida. (mais…)

Campo de batalha

sexta-feira, novembro 7th, 2008

As épocas sempre são sangrentas. Nos campos de batalhas ou nas ruas, as pessoas morrem sem poder evitar. Pode parecer paradoxal, mas faz parte da vida. Não se costuma dizer “é a vida” quando uma morte é lamentada? Essa história de violência, na verdade, já me traz um ar de incerteza quanto à possibilidade de seu esvaziamento. Os mecanismos de combate à violência esgotam-se, um atrás do outro, diante da fortaleza que se ergue em torno de seu núcleo sangüinário. As hostes da paz debelam-se perdidas em meio a um tempo turbulento, o tempo de sempre. (mais…)