Archive for the ‘Crônicas’ Category

Gênese do amor

terça-feira, dezembro 17th, 2013
(Foto: Vicente Melo)

(Foto: Vicente Melo)

No sétimo dia, um segundo antes de descansar, Deus olhou em redor e de repente entre o silêncio rompeu-se o som de um ínfimo decibel, nada mais, embora suficiente para ter sido ouvido por todos os confins de um mundo ainda inconsciente. Deus, naquele momento, havia tomado a forma de um minúsculo inseto e, como se tirasse a poeira das asas, zumbia seguidamente. (mais…)

A força do silêncio

quinta-feira, dezembro 5th, 2013

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Mandela em 1961 (Foto: Eli Weinberg)

Eu estava num bar. Pensando: não é fácil curtir uma solidão. O mundo não está preparado para isso. Se numa reunião pública qualquer, num ambiente aberto, até mesmo num bar!, você se isola por alguns instantes, é quase certo o resgate: um amigo, um garçom, um “mala”, sei lá quem. A verdade é que as pessoas parecem se incomodar quando alguém está sozinho num canto. (mais…)

À espera do seu amor

domingo, dezembro 1st, 2013

Você me trata com o maior desprezo, quase sempre me deixa na mão, já me traiu várias vezes, dá claros sinais de ser infantil e ignorante, vive falando em modernidade mas tem uma queda inevitável pelo retrocesso e, covardemente, me ameaça com violência. (mais…)

Um pequeno milagre

sexta-feira, novembro 22nd, 2013

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Outro dia à noitinha, voltando depois da caminhada, avistei dois garotos de talvez nove ou dez anos (está cada vez mais difícil saber se as crianças têm sete ou doze anos) batendo uma bolinha na rua ao lado da praça aqui perto de casa. Um chutava para o outro e o outro devolvia para o um. (mais…)

Tia Joaquina (1929 – 2013)

sábado, novembro 16th, 2013
As tias Maria e Joaquina (a do meio) e o tio Nego, no sítio há uns vinte e poucos anos

As tias Maria e Joaquina (a do meio) e o tio Nego, no sítio há uns vinte e poucos anos

A senhora me dava banho; me lavava os pés antes de me pôr para dormir; me cobria com mil cobertores no frio; me esperava lá fora com uma lamparina acesa na mão enquanto eu fazia aquilo; me limpava; me comprava aquele saco de balas que eu gostava tanto; (mais…)

A madrugada do pastor

terça-feira, novembro 5th, 2013
O pastor desta crônica é parecido com este

O pastor desta crônica é parecido com este

Quando eu a vejo, quase corro em sua direção. Tiro o fone de ouvido.

- Oi, boa tarde. Desculpe incomodar...

A dona da casa está ao portão. Faz dias que espero encontrá-la, embora nunca tenha falado com ela antes. O caso é que não vejo o cachorro daquele quintal, um pastor alemão, há duas ou três semanas. No início, pensei numa coincidência. Passo por lá geralmente apenas uma ou duas vezes por dia. E por acaso ele poderia estar nos fundos.

Mas os dias foram correndo e minha apreensão, crescendo. (mais…)

Bate-papo

terça-feira, outubro 22nd, 2013

Pela internet é tão mais fácil. Digo tudo a você sem barreiras. Mas aqui? Frente a frente? Que sacrifício, meu Deus! E olha que isto é apenas um pensamento. Nada mais. (mais…)

Primeiras noções

quarta-feira, outubro 16th, 2013
Foto: Narciso Contreras/AP

Foto: Narciso Contreras/AP

– Primeiro se posicione atrás do fuzil, de maneira confortável mas firme. Na hora do sufoco pode não dar tempo de escolher a melhor posição, mas pelo menos você tem que estar bem apoiada, em pé ou deitada, certo?
– Certo.
– Bom, uma das mãos vai sustentar o cano, que é muito pesado e tende a baixar.
– Tá bom. (mais…)

Uma bobagem

segunda-feira, outubro 14th, 2013
Foto: Tiago Santana

Foto: Tiago Santana

Chega à rua quase sem fôlego.

Esqueceu de respirar. Bateu a porta depois da briga, nem sabe como apertou a tecla do térreo. O garoto parou à sua frente bem aí, quando ele se preparava para puxar o ar, encher os pulmões, tentar voltar à razão.

Vai pra puta que o pariu, moleque, não tenho dinheiro nenhum. (mais…)

O dia em que eu toquei violão com o Cartola

sábado, outubro 5th, 2013

A seguir, reproduzo o registro que fiz no meu bloco de cabeceira por volta das cinco da madrugada de hoje.

Meus sonhos geralmente são longas metragens. Esta noite, porém, participei de um curta. Eu estava tocando violão (logo eu, o cara mais desafinado do mundo) com o Cartola!

Mas eu sei o motivo. Ontem passou no Canal Brasil um documentário sobre ele e eu vi um trecho. E lá estávamos Cartola e eu tocando violão! (mais…)