Eu sou um cara cujo sono é feito de sonhos. São muitos sonhos numa noite só. Eu até os divido em curtas, longas, minisséries e novelas intermináveis (que me acompanham durante anos e anos). Espero sinceramente que o sonho da noite passada tenha sido apenas um curta. E que nunca o diretor dos meus sonhos pense na possibilidade de transformá-lo em minissérie ou novela.
Foi assim: (mais…)
Archive for the ‘Crônicas’ Category
Crônica de um sonho sobre o pênis do meu cachorro
segunda-feira, fevereiro 18th, 2013Alguém viu por aí?
segunda-feira, janeiro 14th, 2013
Primeiro, estranhei a overdose do verbo “colocar”, um verdadeiro curinga da língua portuguesa nos dias atuais. Não se põem mais os pingos nos ii, não se tampam as panelas, não se veste a camisa nem se calça a sandália, não se acrescenta o azeite à salada, não se adiciona um telefone à agenda do celular nem se guarda o dito cujo na mochila. (mais…)
Episódio de Natal, na rua
sexta-feira, dezembro 14th, 2012QUERIA TANTO
te falar algo,
te dar um presente,
te desejar felicidade,
acho que também te beijar (mais…)
Vida em república
quarta-feira, dezembro 5th, 2012“Viver em república é ótimo,
desde que você caia fora logo”
Machado de Assis
(Claro que é mentira)
Nuns certos momentos, morei em república. Numa certa época, acontecia um fenômeno que nós, os moradores, não compreendíamos. Mas era um fenômeno curioso. Porque, da quase-miséria, subíamos ao quase-luxo. Quando tudo parecia estar perdido, nós ganhávamos. Vou explicar. (mais…)
Cafezinho com Flávio de Angelis
segunda-feira, dezembro 3rd, 2012http://www.youtube.com/watch?v=gxQVgPKkq1Y
Acima, fragmento de uma música que emocionava Flávio de Angelis. Ao lado, o próprio.
Nunca gostei de tomar café em copo de plástico. Aliás, não gosto de tomar nada em copo de plástico, embora às vezes seja necessário. No caso do café, perde-se um fragmento marcante do momento: o suave badalar da colherinha nas bordas da xícara, quase como um pequeno sino de uma pequena igreja avisando que está na hora do ritual. (mais…)
Coveiros de jornais
quarta-feira, novembro 7th, 2012Há uma espécie no meio impresso que às vezes passa despercebida, principalmente nestes tempos de incertezas e rápidas transformações desencadeadas pelas novas plataformas tecnológicas. São os consultores espertos, aqueles que se aproveitam dos maus momentos alheios para ganhar a vida. Claro que há bons profissionais nas consultorias, mas aqui eu me refiro aos outros. (mais…)
Victória, 24
terça-feira, novembro 6th, 2012Há um século, em 1912, nascia a menina Victória. Ela morreu em 1936, aos 24 anos! Está escrito na lápide de seu túmulo, no Cemitério da Saudade, em Bauru. Enquanto esperávamos que o corpo do pai de um amigo fosse enterrado, sem querer fui atraído para aquela plaquinha dourada (agora não sei mais se era dourada ou se era o reflexo do sol forte, mas acho que era sim). (mais…)
Quando eu era criança no Dia de Finados
quinta-feira, novembro 1st, 2012Uns dias antes, iam limpar os túmulos e as capelinhas, ritual que se repetia ano após ano. Velhas flores de plástico eram retiradas dos vasos e jogadas ao lixo. Trocavam as toalhas brancas que cobriam o bloco de gavetas mortuárias, sobre as quais pousavam retratos dos bisavós, avós, tios-avós e, coisa assustadora, até gente que nós mesmos crianças havíamos conhecido! (mais…)
O vazio da história
terça-feira, outubro 30th, 2012Em algumas horas, sai a última edição do Jornal da Tarde, um dos mais inovadores veículos de comunicação da história brasileira. Mas quero falar do depois. Depois de amanhã. Quando o Jornal da Tarde não circular, haverá no ar uma espécie de implosão cósmica que transformará numa molécula única todos os textos, todas as fotos, todos os anúncios, todas as capas, tudo que já foi publicado ali. E depois, mais nada. Só o vazio antes ocupado por ideias, discussões, genialidades, besteiras etc e tal. Só o vazio. (mais…)
Por isso eles existem
segunda-feira, outubro 8th, 2012Não, não me refiro a lobisomens, mulas-sem-cabeça e semelhantes. Nunca os vi pessoalmente, mas pelo sim, pelo não, digo que los hay. Refiro-me a uma praga concreta e palpável, embora seu modus operandi seja esconder-se atrás de árvores, portões e em cima de telhados, na caça implacável ao flagrante de celebridades. A praga da era da comunicação instantânea e de tudo-pelo-lucro e que se chama paparazzo – profissional ou amador. (mais…)