Archive for the ‘Impressões’ Category

Tragédias não se comparam

sábado, janeiro 16th, 2010

Há pessoas comparando tragédias. Angra e Haiti. Tragédias não se comparam. Tragédias nos subtraem. Às vezes mais, às vezes menos, mas sempre nos subtraem. (mais…)

Plataformas

sábado, janeiro 16th, 2010

O mundo hoje está separado em dois: o das plataformas tecnológicas, que anunciam uma profunda transformação no modo de se informar, de ler, de ver TV, de ouvir música, de se modernizar; e o das plataformas reais, que vivem alagadas, fétidas e pobres.

Faca cravada no peito

sexta-feira, janeiro 15th, 2010

A saudade é uma faca cravada no peito em cujo fio derramamos o mais involuntário dos sangues. Não é nada que possamos programar. Evitar. Ampliar. Ou reduzir. Ou disfarçar. Quando essa faca se mexe, sangramos. Neste começo de janeiro, sozinho e distante, sinto saudades de tudo (como disse Fernanda Montenegro em “Central do Brasil”).

Sopa amarga

quinta-feira, janeiro 14th, 2010

Sozinho em casa (o pessoal está em férias na praia), andei com uma pequena virose por estes dias. Por isso, resolvi fazer uma canja – que levou, além do arroz e do frango e dos temperos, um pouco de batata. Dizem que batata é bom para quem está meio doente. Peguei o prato e fui comendo e andando para sala. As primeiras duas colheradas foram boas. Mas depois, sentei-me em frente à televisão para ver, no Jornal Nacional, os horrores do Haiti. Não dá para comer nada saboroso pensando na tragédia lá. Comer, mesmo que seja uma canja ou uma sopa, me dá vergonha.

A natureza vomita

terça-feira, dezembro 22nd, 2009

Os ataques terroristas na Índia e a catástrofe em Santa Catarina são de tirar o sono, a alegria e a esperança. Sobre o terrorismo, é mais um capítulo. Mas e esse verdadeiro desmanche logo ali no sul? Parece-me algo novo, sem precedentes ao menos para nós que vivemos num paraíso tropical (por favor, levem em conta que a utilização de “paraíso tropical” é bastante irônico de minha parte). (mais…)

Costureiras, cozinheiras e jornalistas

terça-feira, junho 16th, 2009

Tem jornalista bravo pra burro. O Gilmar Mendes andou comparando jornalista a cozinheira e a costureira. Pra mim, a comparação é uma grande honra. Se todos os jornalistas fossem tão cuidadosos na mesma proporção que o são as cozinheiras e costureiras, a qualidade do jornalismo seria melhor. (mais…)

Satisfações ao cubo

terça-feira, maio 19th, 2009

No futebol, já tem jogador dizendo que daqui a pouco, ao fazer um gol, precisará pedir desculpas à torcida, ao árbitro, ao mundo… A comemoração, enfim, deve ser contida, respeitosa – talvez uma continência se o governo for militar, quem sabe uma leve inclinação corporal nas monarquias, uma oração nas nações mais religiosas… (mais…)

Melhor ou pior? Mais ou menos?

segunda-feira, fevereiro 16th, 2009

Está insuportável ver nos jornais, nos portais de informação da internet e nas emissoras de televisão as comparações que levam em conta a performance econômica de certos períodos: “Crescimento mundial é o menor em 60 anos”; “Indústria tem o quarto pior trimestre desde 99”; “PIB é o menor de não sei quantos semestres”; “Crédito é o maior em tantos anos”, “Economia dos EUA é a pior desde Mickey Mouse”. (mais…)

Palavras inteiras; braço forte

terça-feira, fevereiro 10th, 2009

Sempre tive dificuldades com simbologias, mensagens cifradas, coisas subliminares e por aí vai. Pra mim, o dito popular “meia palavra basta” não serve. Eu gosto mesmo de palavras inteiras, de mensagens explícitas, de clareza. Às vezes, chego a incomodar com este meu vício: “o que isto significa?”, “o que você quer dizer?” (mais…)

A vez do choro

quarta-feira, agosto 20th, 2008

As pessoas estão chorando mais ou estão escondendo menos o choro? Como se tem chorado ultimamente! Vejam o que acontece nas Olimpíadas. Choram porque vencem. Choram porque perdem. Choram porque ficam de fora. Choram. Choram. Cá entre nós, mesmo com as televisões exagerando na hora de mostrar as lágrimas, o choro também está banalizado. Até há algum tempo atrás, quando alguém chorava em frente às câmeras, era difícil também para quem está do lado de cá conter aquele nó na garganta. Mas agora choram a toda hora. (mais…)